O termo "Fissura" significa fenda ou abertura, sendo labiopalatinas porque estão localizadas no lábio ou palato (céu da boca). Podem atingir somente o lábio, uni ou bilateralmente ou ainda atingir ambos, lábio e palato, podem ser completas ou incompletas. As malformações congênitas identificadas como Fissuras Labiopalatinas são comuns entre os defeitos congênitos que atingem a face dos bebês e ocorrem com uma prevalência média entre 1 e 2 indivíduos brancos para cada 1000 nascimentos (GREENE,1968).
Um estudo realizado no Brasil, na região de Bauru/SP, revela a incidência de Fissuras Labiopalatinas de 1 a cada 650 nascimentos (NAGEN e col,1968). Dados epidemiológicos foram confirmados em outros estudos no território nacional, com resultados muito semelhantes aos encontrados em pesquisas internacionais com populações brancas de europeus e americanos que variam entre 1 a cada 500 (ABYHOLM,1978) e 1 a cada 768 nascimentos respectivamente.
É no momento da formação dos bebês, isto é, no período embrionário e no princípio do período fetal,mais precisamente entre a 4a. a 12a. semana de gestação, onde se dá a formação da face e do palato, que poderão ocorrer as Fissuras Labiopalatinas, que podem ser diagnosticadas ainda na gestação, através do exame de Ultrassonografia. Sabe-se que a Ultrassonografia, é um exame que mais diagnostica com maior frequência a maioria das malformações congênitas, síndromes e outros defeitos congênitos do bebê.
Desta forma, o diagnóstico pré natal de um bebê com Fissura Labiopalatina permite a possibilidade do início de um programa voltado para os pais e cuidadores durante a gestação, para orientá-los sobre o início do tratamento que deverá ocorrer após o nascimento do recém nascido, mas já podemos esclarecer sobre a importância da aceitação do bebê , o preparo para o seu nascimento e os esclarecimentos sobre as possibilidades de sua amamentação e a importância da participação das famílias e adesão ao tratamento desde muito cedo em Centros de Referência para o tratamento da Fissura Labiopalatina.
Bebê com Fissura Labial bilateral ou
Pré Forame Incisivo Bilateral Não operado
Fissura de Palato Submucosa (observar úvula bífida e diástase muscular)
Ultrassonografia com imagem de face fetal com Fissura labial unilateral à Esquerda
Fissura Labiopalatina à Direita Não operada
(Transforame Incisivo Unilateral à Direita)
Att,
Ana Carolina Xavier
Fonoaudióloga
CRFa.6322
Bibliografia consultada:
1)AbyholmFE.Cleft lip and palate in Norway.I.Registration,incidence and early mortality
of infants with CLP.
Scand J Plast Reconstr Surg 1978;12:29-34.
2)GreeneJC.Epidemiologic research-1964-1967.
J Am Dent Assoc 1968;76:1350-6.
3)Jesus,MSV &DiNinno,CQMS.Fissura Labiopalatina-Fundamentos para a prática Fono-
Diológica - São Paulo:Roca,2009.
4)Nagen FilhoH,MoraisN,RochaRGF.Contribuição para o estudo da prevalência das
malformações congênitas labiopalatinas na população escolar de Bauru.Rev Fac
Odonto São Paulo 1968;7:111-28.
5)Trindade,IEK & SilvaFilho,OG.Fissuras Labiopalatinas:Uma abordagem Interdisciplinar.
São Paulo:Livraria Santos Editora Ltda,2007.